História
Da época do café e das olarias às agroflorestas e à arte, nossa trajetória já atravessa mais de um século, sendo construída por cinco gerações da mesma família.
A história da fazenda começou em 1899, quando o major Benedicto Moreira, político e abolicionista da região bragantina, adquiriu vários sítios contíguos, totalizando 120 hectares de terra, para plantar café.
Antes da metade do século 20, o imenso cafezal sucumbiu às crises e às geadas, dando lugar a pastos e plantações de eucalipto, atividades que nunca tiveram o mesmo êxito da cafeicultura. Assim mesmo, a fazenda continuou sob os cuidados dos descendentes de Benedicto.
No final da década de 1980, foi implantada uma olaria artesanal na fazenda, que, com o passar do tempo, mecanizou-se, causando enorme impacto ambiental nas terras onde era retirada a argila.
Uma década e meia depois, em meados dos anos de 1990, a crescente preocupação com a conservação dos recursos naturais e a percepção das rápidas e drásticas mudanças causadas pela olaria – e, no entorno da propriedade, pela urbanização após a construção da represa do Jaguari-Jacareí -, motivaram uma profunda modificação nas formas de interferência na terra, levando os responsáveis pela fazenda a repensar as atividades desenvolvidas ali.
Em 1997, com a desativação da olaria, concentraram-se esforços na recuperação das áreas degradadas e incremento da biodiversidade, sempre baseando-se nos princípios da sucessão natural das espécies adotados em sistemas agroflorestais.
Em sintonia com a reocupação natural, no início dos anos 2000 a fazenda foi aberta para visitações. Atividades de educação ambiental, arte-educação, cursos, workshops, eventos nas áreas de cultura, meio ambiente e desenvolvimento humano passaram a ocorrer regularmente em sua área. E as antigas instalações foram sendo adaptadas como pousada, restaurante, sala de aula, ateliê etc.
Em 2001, o Ibama – atual ICMBio – reconheceu a fazenda como RPPN – Reserva Particular do Particular do Patrimônio Natural. E em 2002, a fazenda, juntamente com parceiros vizinhos, criou o Festival de Arte Serrinha, evento cultural que passou a acontecer anualmente durante os meses de julho, trazendo um sopro de vitalidade para toda a região.